sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

EU SOU MEDITERRÂNEO. Um espectáculo sobre a banalidade do mal

TEATRO - DRAMA


Eu não pertenço a nenhuma das gerações revolucionárias. Eu pertenço a uma geração construtiva. (Eça de Queirós)
Nós somos a voz dos ecos sociais e literários da realidade contemporânea. Nós somos canibais e eis a nossa dramaturgia canibalista. Nela jaz a cisão entre um Ocidente civilizado e um Islão bárbaro. Nela jaz a estatística da miséria. Nela jazem as crianças cuja vida é roubada na faixa de Gaza. Nela jaz a Fome, a Guerra, o Sofrimento e o Desespero. Nela jaz a ignorância generalizada em relação ao Islão. Nela jazem as Guerras do Médio Oriente que o Ocidente apoia militarmente e cujas mortes alicerçam a economia mundial. Nela jazem os atentados contra os Direitos Humanos e a chacina em massa de civis. Nela jaz a maior crise migratória e humanitária da Europa. Nela jazem as perseguições pelos jihadistas. Nela jaz o riso, a hipoteca da vida. Uma ficção, um facto e um manifesto artivista. Nós somos um não-lugar, fragmentos de culturas dissonantes. Eu sou o morto. Eu sou mediterrâneo. Um espectáculo sobre a banalidade do mal…


Objectivos*

Partindo dos conceitos de «violência» e «banalidade do mal» no pensamento de Hannah Arendt e de «jihadismo global» no pensamento de Felipe Pathé Duarte, o projecto EU SOU MEDITERRÂNEO analisa a relação entre guerra, política, violência e poder, propondo um diálogo entre teatro, antropologia e jornalismo de investigação.
Este é um projecto que assenta na criação de texto cénico, de autoria de Sílvia Raposo e Mónica Gomes, com encenação de Mónica Gomes e interpretação da Companhia de teatro VIDAS DE A a Z, e procura colocar em confronto os argumentos expostos em Orientalismo (1978), de Edward Said, e O Choque de Civilizações (1993), de Samuel Huntington.

O projecto tem como objectivos lançar uma plataforma de discussão em torno do Jihadismo Global e da actual crise mundial de refugiados, partindo do conceito de migrações forçadas (Santinho, 2013); das repercussões dos conflitos armados, nomeadamente, dos conflitos no Médio Oriente; e da ameaça do terrorismo, associado a uma perda de identidade e soberania que produz comportamentos obsessivos; evidenciando os atentados aos quatro pilares da Declaração Universal dos Direitos Humanos, ou seja, à defesa da dignidade humana, independentemente da nacionalidade, religião, origem social ou sexo; à defesa da 1ª geração das liberdades civis e outros direitos liberais defendidos pelo iluminismo; à equidade política, social e económica durante a revolução industrial; e à solidariedade comum e nacional.
Considerando uma das funções do teatro a criação de uma maior consciência social e política, pretende-se dar a conhecer realidades específicas, reflectindo e assumindo uma posição em relação às mesmas, de forma a desconstruir símbolos e a provocar um processo de questionamento e reflexão que permita contar a história como seu sujeito.

Ficha artística


PRODUÇÃO
Companhia VIDAS DE A a Z

TEXTO*
Sílvia Raposo
Mónica Gomes

ENCENAÇÃO
Mónica Gomes

ASSISTÊNCIA À ENCENAÇÃO
Sílvia Raposo

INTERPRETAÇÃO
Anabela Pires
Filipe Lopes/ Márcio Piósi
Margarida Camacho
Mónica Gomes
Liane Bravo

DESENHO DE LUZ
Mónica Gomes e Miguel Cruz

CRIAÇÃO E SELECÇÃO DE FIGURINOS
Helena Raposo

COREOGRAFIA
Margarida Camacho

CENOGRAFIA
Mónica Gomes e Helena Raposo

ARRANJOS MUSICAIS
Ivo Soares - Katana Produções

EQUIPA TÉCNICA
Sílvia Raposo

Aprox. 60 min.

PARCEIROS:
ASSOCIAÇÃO DE DEFESA DOS DIREITOS HUMANOS
ASSOCIAÇÃO SOLIDARIEDADE IMIGRANTE
TURISMO DE LISBOA
FESTAS DE LISBOA

AGRADECIMENTOS:
Prof. Miguel Cruz
Fernando Tordo
SPA

*Inspirado em histórias reais. Este espectáculo é um objecto de estudo, podendo sofrer alterações ao longo das suas apresentações.

*Este é um projecto com ligação à academia, nomeadamente ao Mestrado em Teatro - Artes Performativas pela Escola Superior de Teatro e Cinema e ao Mestrado em Antropologia pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.


AGENDA    


ESTREIA
2 a 12 de JUNHO (2016)
Qui. a Sáb. às 21h30 | Dom. 17h00
Teatro Turim

23 de JULHO (2016)
Sáb. às 21h30
Auditório Costa da Caparica

2 e 3 de SETEMBRO (2016)
Sex. e Sáb. às 21h30
Casa de Cultura Ericeira 

16 a 18 de SETEMBRO (2016)
Sex. e Sáb. às 21h30 | Dom. às 17h00
Auditório Carlos Paredes (Benfica)

19 a 22 de SETEMBRO (2016)
Seg. a Qui. às 21h30
Boutique da Cultura (Carnide)

12 de NOVEMBRO (2016)
Sab. às 15h00
CASO - Instituto de Ação Social das Forças Armadas (Oeiras)


                        Cartazes:

 




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