sábado, 1 de julho de 2017

Não Kahlo

Não Kahlo apresenta-se enquanto um espectáculo pluriartístico liderado por mulheres (é preciso muita força para parir um tigre). O espectáculo é uma criação do projecto D. Mona, composto por vários elementos da Companhia Vidas de A a Z, da encenadora e actriz Mónica Kahlo e da antropóloga e investigadora Sílvia Raposo, reivindicando um espaço de reflexão e experimentação artísticas. Não Khalo é um projecto emergente no qual as limitações são convertidas em abordagens estéticas, porque é preciso dizer rosa em vez de dizer ideia, numa estratégia  poético-performativa de bricolage cultural, inversão de categorias histórico-sociais e nomadismo artístico.


Sinopse:

Não Kahlo é canibalista. Comeu a orelha direita de Van Gogh.
Não Kahlo é cleptomaníaca. Roubou as rosas de Santa Isabel para adornar os cabelos de Frida.
Não Kahlo é contra-hegemónica. Arrancou o bigode de Dali para fazer a peruca de Barloff.
Não Kahlo é inconformada. Abriu a vala de Shakespeare para desenterrar a caveira de Yorick.
Não Kahlo é amante. As suas criações são exercícios espirituais.
Não Kahlo é iconoclasta. Subtraiu um prego à cruz e pregou-o na lista telefónica.
Não Kahlo é a acção de se desdobrar em infinitas mulheres.

Não Kahlo está de esperanças e quer parir um tigre que devore Shakespeare, Brecht, Van Gogh, Artaud, Cicciolina, Rivera, Abu-lughod, Heiner Müller, Monet, Foucault, Fassbinder, Ed Wood, Pina, Gauguin, Stanislavski, Beckett, Frida, Cesariny, Beethovan, Fernando Pessoa e mais os planetas desertos, que também mandam coisas, para os digerir e cuspir na caixa preta.


Ficha artística

PRODUÇÃO
D. Mona

TEXTO, ENCENAÇÃO, GUARDA-ROUPA E CENOGRAFIA
Mónica Kahlo e Sílvia Raposo

INTERPRETAÇÃO
Mónica Kahlo
Sílvia Raposo
Margarida Camacho
Anabela Pires

GRAFISMO
Sílvia Raposo 

Tags